Open Channel D: The Man From UNCLE Affair

O sucesso de  O Agente da UNCLE  nos anos 1960 foi tão grande que gerou um "filhote": a série paralela chamada A Garota da UNCLE , que seguia basicamente o mesmo esquema do original: dois agentes faziam uma dupla (como Napoleon Solo e Illya Kuriakin). No caso eram April Dancer (Stefanie Powers) e Mark Slate (Noel Harrison). As duas séries dividiam o mesmo cenário e até o mesmo chefe, senhor Waverly (Leo G. Carroll). Mas a Garota da UNCLE foi um fracasso de audiência e durou apenas uma temporada (1966-1967).  Hoje a série está sendo lembrada por causa do falecimento (por ataque cardíaco) de Noel Harrison, o "Mark Slate". Ele é filho do grande ator britânico Rex Harrison. Foi um profissional do esqui esportivo, e depois virou músico. Seu grande sucesso foi a música The Windmills of Your Mind . No ano em que The Man From UNCLE está sendo refeito como longa metragem, Noel Harrison parte aos 79 anos.

Robert Vaughn (Napoleon Solo) e David McCallum (Illya Kuryakin) Este micro-documentário (em inglês) é a melhor maneira de entender o fenômeno The Man From UNCLE em 5 minutos e 55 minutos. O documentário é uma das muitas atrações da maleta com todos os episódios da série que durou de 1964 a 1968. De maneira compacta esse extra mostra a fama, o sucesso, os brinquedos, o fenômeno multimídia, etc " The Man From UNCLE: Behind The Scenes of a TV Classic " revela um dos segredos da série: o sex-appeal do personagem Illya Kuryakin para o público feminino. Para se ter uma ideia do sucesso que o ator escocês David McCallum fazia com as mulheres: num episódio da série Mad Men (que retrata os anos 1960), Sally, a filha adolescente do protagonista Dan Draper é apanhada se masturbando em frente à TV. Quem estava na tela? Illya.

O site Best Movie divulgou imagens das cenas gravadas em Roma de O Agente da UNCLE. Nas fotos possível ver Henry Cavill (no papel de Napoleon Solo) já fazendo dupla com Armie Hammer, o novo Illya Kuryakin. O diretor Guy Ritchie dá as ordens. O filme é passado em 1965 e Solo uma um meio de transporte bem romano: uma scooter. Um vídeo também foi divulgado pela Best Movie e está mais no fim deste post.

Em 1962 James Bond explodiu nos cinemas e começou sua rápida escalada  a fenômeno pop mundial. O produtor Norman Felton se encontrou com Ian Fleming, o criador de James Bond e fez uma proposta: que Fleming criasse o "James Bond da TV americana".  Fleming já estava com a saúde frágil. Não conseguiu produzir nada muito marcante. E Felton aproveitou apenas o nome do herói sugerido por Fleming: Napoleon Solo. Todo o conceito da série O Agente da UNCLE seria criado depois por Sam Rolfe.  Ian Fleming foi um cavalheiro e "vendeu" qualquer direito que pudesse ter da série pela simbólica quantia de 1 dólar. Ele morreria dois anos depois. Os livros de James Bond continuariam a ser criados por outros autores. Ontem foi lançado no mercado internacional o mais novo dos romances com James Bond, escrito por William Boyd. Boyd demonstra desde a primeira página seu absoluto respeito à obra de Fleming. E o nome do livro não pode ser apenas uma coincidência:

Hugh Grant está em Roma desde quarta feira filmando sua participação no longa  O Agente da UNCLE . Está usando como se pode ver na foto em roupas de época (o filme é passado em 1965). No caso, suspensórios e uma gravata bem antiquada. Grant faz o papel do chefe da UNCLE, Alexander Waverly.

Os produtores da série O Agente da UNCLE sempre tentaram fazer parecer que a organização existia de verdade. Foi um grande truque de marketing nos anos 1960, que alimentou a mitologia em torno da série. Uma dessas peças de marketing foi um teaser produzido para parecer um "documentário" sobre a organização secreta com sede em New York. No vídeo, Solo, Kuryakin e mister Waverly explicam suas atuações dentro da UNCLE com detalhes sobre funções operacionais e explicações técnicas. Equivale a uma peça de recrutamento para novos agentes. Ou fãs.

Durante 1964 e 1968 não existiam celulares e muito menos telecomunicações via satélite. Assim, um dos mais fascinantes gadget da série O Agente da UNCLE foi o comunicador disfarçado de caneta usado pelos agentes.  Onde estivessem pelo mundo, eles tiravam o aparelhinho metálico do bolso, davam uma torção na tampa e puxavam uma anteninha. Quase sempre pediam para que o Canal D fosse aberto. (Haviam outros canais, mas o D era o mais usado). Em segundos os homens da UNCLE estavam falando entre si ou com o chefe Alexander Waverly em New York. "Abrir o Canal D" virou um gesto simples de ser imitado. Qualquer fã podia puxar uma esferográfica do bolso e fingir que combinava os detalhes da missão imaginária com o senhor Waverly.